Digitalização do agronegócio cresce no país
A digitalização do agronegócio no Brasil é uma tendência que vem se destacando nos últimos anos, tendo em vista que o setor é uma das principais forças econômicas do país.
A pesquisa de Agricultura Digital no Brasil, feita pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), aponta que 84% dos agricultores brasileiros já utilizam pelo menos uma tecnologia digital como ferramenta de apoio na produção agrícola.
Dos entrevistados, 40% utilizam a internet como canal de compra e venda.
O estudo foi feito com a participação de mais de 750 pessoas da área, entre produtores rurais, empresas e prestadores de serviço. As inovações tecnológicas têm se mostrado fundamentais para manter a competitividade do país no mercado global.
Segundo um estudo realizado pela McKinsey e, apresentado em 2021 pelo instituto Insper e o Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), o Brasil vem liderando o processo de digitalização no agronegócio. Além disso, a pesquisa também mostrou que o agricultor brasileiro foi um dos profissionais que mais utilizou meios digitais em suas atividades no ano de 2020. Com a chegada da pandemia, o uso das mídias, que era de 36%, passou para 46%.
De acordo com a especialista da BSales, Renata Elmor, o agronegócio hoje no Brasil é uma das áreas que está mais aberta e propensa a digitalizar as suas operações.
“Atualmente, os gerentes comerciais já entendem que o vendedor de porta em porta tem um custo muito alto para as empresas, e que o digital consegue chegar em propriedades rurais que uma pessoa pode ter dificuldade”, analisa.
“Não que o vendedor seja descartado, mas o digital ajuda a abrir as portas de novas propriedades para o profissional, focando em visitas agendadas e programação de rotas”, completa Elmor.
No agronegócio, a tecnologia tem o objetivo de gerar mais praticidade e facilidade na hora de executar tarefas que podem ser automatizadas, segundo a especialista da BSales.
“Os avanços tecnológicos aceleram a criação de novos processos de produção, gestão e aumentam a competitividade do setor“, destaca.
Para Elmor, na gestão comercial existem muitos softwares desenvolvidos especialmente para o agronegócio. “Um exemplo são os CRMs (Customer Relation Management) para departamento comercial, que possibilita mais controle dos times de venda e ajudam a empresa a entender o desempenho das atividades em geral”, salienta.
A especialista ressalta os possíveis benefícios entre a gestão comercial aliada ao marketing digital (com campanhas bem desenvolvidas nas plataformas digitais).
“É possível encontrar produtores rurais precisando do produto da empresa, prontos para comprar, em qualquer área do país. Esse investimento torna a operação comercial mais eficiente e mais econômica”, analisa.
Ainda segundo Elmor, o digital traz uma cultura de aferição de desempenho (KPIs), que ajudam nas comparações com resultados passados e são essenciais para traçar e alcançar objetivos. Com eles, é possível encontrar formas de medir o progresso e direcionar ações.
“O agronegócio começa a se transformar em data driven (todas as decisões de gestão da empresa começam a ser baseadas em dados). Isso promove uma série de vantagens como a diminuição de custos e aumento de faturamento, assim como desenvolvimento de novos produtos para o setor, entre outras”, finaliza.
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